sexta-feira, 19 de junho de 2009

Credo Fabiano

Provocado numa comunidade no orkut, por alguém que já parecia estar de saco cheio das minhas subjetividades, escrevi esse credo meio torto. Ele não tem começo, nem meio, nem fim. Não se organiza, não se sistematiza, nem se embasa... não se conclui e nem se propõe a respostas, mas a boca costuma dizer do que está cheio o coração...


“ou então me explique mais detalhadamente aquilo em que você crê.”

Creio que Deus é o Totalmente Outro, em sua plenitude, intangível. No Logos, temos a encarnação de sua palavra, sua revelação, ponte de diálogo com a humanidade. Sem Ele, nada do que foi feito se fez. Desse ponto em diante, não ouso mais afirmar nada. Não sei dizer o quanto há de Cristo na igreja (instituição) e nem o quanto há dele fora dela. Não sei dizer até que ponto as diversas chaves são legítimas ou não. Não sei há formas “certas” de se relacionar com Deus e se há, quais são. Mas todas essas questões são secundárias e partem de um questionamento à bíblia. Sim, pois esta é e contém a palavra de Deus, uma vez que admitimos que a palavra de Deus é o Logos e que, todas as coisas foram feitas por intermédio Dele. Assim, o Logos (palavra de Deus) está presente em todo o texto bíblico (desde a criação, os profetas, o novo testamento, etc). Nesse raciocínio, entendo que a bíblia é palavra de Deus por causa do Logos nela manifestado, cabendo sobre ela uma interpretação espiritual e não simplesmente hermenêutica ou literal. Desse modo, creio que só o Espírito Santo pode nos mostrar a palavra de Deus na bíblia, a qual olho, não como um papa de papel ou um deus engarrafado, mais um livro onde consta um relacionamento entre humano e divino. Divino por causa do Logos, humano porque foi escrita por homens e está carregada de seus medos, desejos, preconceitos, moral, valores, costumes, que, a meu ver, não podem ser tomadas, de pronto, como um imperativo de Deus para a humanidade. A partir daqui, razão e objetividade ficam de lado e eis minha segurança: a fé. Pois desse ponto em diante, aceito o Logos, pela fé, e, somente através dela, consigo enxergar que Ele é o princípio e fim de todas as coisas. Através dela, consigo perceber o imago dei, que há algo em mim que compartilha da mesma essência de Deus. Sinto-me amado. Tudo isso me impulsiona a amá-lo e a repercutir eternamente esse acorde, o amor. Enxergo neste (amor), através da fé no Logos e da graça dele recebida, a única ponte capaz de me religar a tudo de que o meu estado de pecado me separou: da criação, do outro, de mim mesmo e de Deus. Quando me aproximo do amor, me aproximo da plenitude dessa religação com todos esses elementos. Se me afasto dele, a separação que há em mim (pecado), gera naturalmente uma postura destrutiva (inclusive autodestrutiva), que refletirá no meu relacionamento com o mundo exterior: egoísmo, hedonismo, indiferença com o próximo (que causará todos os outros males) e com a criação.

Talvez não tenha sido claro o suficiente, mas foi honesto. Aí está um pequeno resumo de algumas das minhas idéias.