quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Todo poeta é um teimoso...


Sim. Seja ele poeta das letras, da música, da tinta, da cena... Todo poeta é sim um baita de um teimoso. Ele sabe que não vai ser compreendido. Muitos (ou não) verão sua obra, alguns tentarão encontrar símbolos, significados, mas o único sentido está dentro do seu coração.

O poeta fala coisas para o mundo, o comove, o emociona, mas ainda assim, sabe que o mundo realmente entendeu nada, ou muito pouco do que foi dito. Ele sabe que sempre foi e sempre será assim, mas não para de poetar. Por que?

Acho que o poeta continua fazendo suas poetices, mesmo sem compreensão ou reconhecimento, porque no fundo, o destinatário final de sua obra não é a humanidade, mas sim, ele mesmo. Ele não para de poetar porque apesar de nada fazer sentido, a fonte da poesia (seja ela qual for) mora dentro dele e a poesia precisa sair! Aquele sentimento de sei-lá-o-quê, só será compreendido por ele, mas isso pouco importa. Penso que na alma de todo poeta, sempre falta algo que se deseja. Caetera desiderantur...

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Acho que acostumei o mundo muito mal...

Maldita hora em que fui me deixar seduzir pelo primeiro elogio. Não sei quando aconteceu, mas garanto que ainda criança, não resisti à deliciosa sensação de sentir aquele sorriso surgir do canto da boca, enquanto você, olhando o mundo de cima, diz a si mesmo: "Eu sou o CARA!". Achei-a tão deliciosa, que ainda sem querer, programei toda a minha existência para sentí-la mais e mais vezes... pobre de mim.

E assim foi. Bastou o primeiro tapinha nas costas pra iniciar minha corrida: orador na formatura de alfabetização, campeão de xadrez aos 10, melhor dicção, melhor redação, melhores notas, melhor postura... tudo eu fazia, mesmo sem saber, pra poder provar mais uma vez aquele gostinho (e sorrir com o canto da boca).

É gostoso ser referência. Muitos te respeitam, alguns te invejam e você se adora... é a glória... O que ninguém nunca tinha me falado era o quanto isso custava. A sociedade alimenta o ego com os manjares mais deliciosos, sem reclamar, mas cobra caro. Depois que ele já está bem gordo e inflado, você recebe inesperadamente a fatura com o preço, impagável por qualquer humano: perfeição 24 horas. E o pior de tudo é que não há como sair inadimplente.

Após contrair a dívida, esqueça os padrões normais. Qualquer coisa que se faça que esteja abaixo do melhor possível, não serve. O 9,9 é inaceitável. Enquanto as pessoas comuns precisam apenas de alguma moral, você precisa de santidade... e por aí vai.. ser o melhor e estar acima sempre, não tem fim... a vida vai cobrando a sua dívida.

Foi assim comigo. Quando percebi, as prolongadas sessões de massagem pro meu ego tinham custado caro. E a sociedade começou a cobrar cada centavo, do seu jeito. O que pra todos era corriqueiro, como
um palavrão ou um copo de cerveja, pra mim era inaceitável. Até que um dia, acabou. Não havia mais perfeição a oferecer. Não tinha como pagar a dívida. Descobri-me de carne, osso e desejo, não havia como ser diferente. Fui executado e pra saldar meus débitos, a sociedade levou em pagamento a minha reputação.

Acho que acostumei o mundo muito mal. O que minha infância e adolescência precisavam era de fraturas e notas vermelhas. Eu queria ter ganhado era advertências ao invés de prêmios de bom aluno. Pra que serve um prêmio desses, a não ser pra criar nos outros a expectativa (leia-se obrigação) de repetir o feito?! Não é assim com a advertência: ganha-se uma no início do currículo e a única obrigação que se tem é de, no máximo, manter um comportamento razoável.

Devia era ter dado mais trabalho pra minha mãe, quebrado o braço, matado aula, destruído brinquedos e beliscado o bumbum da menina da 4ª série. Nada disso teria me feito um homem melhor (nem pior), mas pelo menos não faria parecer que sou tão ruim hoje.

A sociedade é uma criança gorda, chata, mimada e sem limites. Porém, cansei de me matar pra fazer suas vontades, só pra receber em troca o sorriso do seu rostinho angelical. Não a culpo totalmente pela minha dívida, porque na verdade, quem queria alimentar o ego era eu e ninguém me obrigou a isso. Vaidoso, orgulhoso, prepotente e perfeccionista que sou, sempre o adorei e o bajulei, mas agora ele vai ter de se conformar.


Cansei de mimar essa criança chorona e exigente. Seu sorriso realmente é lindo e envolvente, mas como sempre, há outras coisas mais interessantes a se desejar. Caetera desiderantur.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Comentei...















No Blog da Mayara Constantino!


Não posso dizer que sou fã de carteirinha dela, daqueles que conhece a comida predileta e o nome do filme favorito. Porém, aqueles que me conhecem mais de perto, sabem o quanto "Tudo o que é sólido pode derreter" mexeu comigo e me fez admirar o trabalho da Mayara.

A Thereza me balançou de uma forma muito inesperada e, depois que assisti a série, não faço outra coisa senão a buscar (não a atriz, mas a personagem em si). Em breve eu venho aqui explicar essa história direitinho e o porquê disso tudo. Por hora, eu vim só registrar a sensação de postar no blog da Mayara Constantino.

Esse negócio de twitter e postagem em blog parece uma coisa tão boba e tão banal, mas acho que tem algo de mágico (pra não dizer sagrado) nisso tudo. A Mayara não é a Thereza, fato. Mas ao conseguir ter o mínimo de contato com ela, tanto por aqui quanto pelo twitter, parece que todo aquele turbilhão de emoções e sensações que a Thê me trazia, se torna mais real. Isso é bom.

Além do mais, além da personagem, existe uma pessoa ali, com todos os seus sentimentos, dores, paixões e alegrias. Alguém que emprestou seu corpo pra Thereza, mas tem uma alma própria, independente disso. É interessante poder saber um pouco do que ela sente ou pensa, saber o quanto há da Thê na Mayara, mas não se restringir a isso.
Enfim, foi uma experiência diferente, apesar de aparentemente corriqueira. Como praticamente todas as minhas experiências virtuais, deixou aquele sentimento meio de vazio, incompleto, de que falta algo... Como não poderia deixar de ser, caetera desiderantur...

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Em construção...

Isso aqui precisa de cor e de vida e tô muito afim de bloguear. Há muita coisa aqui dentro e não faz sentido isso aqui ser apenas um jornalzinho reacionário. Em [muito] breve, novidades. Abraços aos amigos.

domingo, 2 de agosto de 2009

Como se pode perceber...

Se há alguém que manja de layout, esse alguém não sou eu!

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Credo Fabiano

Provocado numa comunidade no orkut, por alguém que já parecia estar de saco cheio das minhas subjetividades, escrevi esse credo meio torto. Ele não tem começo, nem meio, nem fim. Não se organiza, não se sistematiza, nem se embasa... não se conclui e nem se propõe a respostas, mas a boca costuma dizer do que está cheio o coração...


“ou então me explique mais detalhadamente aquilo em que você crê.”

Creio que Deus é o Totalmente Outro, em sua plenitude, intangível. No Logos, temos a encarnação de sua palavra, sua revelação, ponte de diálogo com a humanidade. Sem Ele, nada do que foi feito se fez. Desse ponto em diante, não ouso mais afirmar nada. Não sei dizer o quanto há de Cristo na igreja (instituição) e nem o quanto há dele fora dela. Não sei dizer até que ponto as diversas chaves são legítimas ou não. Não sei há formas “certas” de se relacionar com Deus e se há, quais são. Mas todas essas questões são secundárias e partem de um questionamento à bíblia. Sim, pois esta é e contém a palavra de Deus, uma vez que admitimos que a palavra de Deus é o Logos e que, todas as coisas foram feitas por intermédio Dele. Assim, o Logos (palavra de Deus) está presente em todo o texto bíblico (desde a criação, os profetas, o novo testamento, etc). Nesse raciocínio, entendo que a bíblia é palavra de Deus por causa do Logos nela manifestado, cabendo sobre ela uma interpretação espiritual e não simplesmente hermenêutica ou literal. Desse modo, creio que só o Espírito Santo pode nos mostrar a palavra de Deus na bíblia, a qual olho, não como um papa de papel ou um deus engarrafado, mais um livro onde consta um relacionamento entre humano e divino. Divino por causa do Logos, humano porque foi escrita por homens e está carregada de seus medos, desejos, preconceitos, moral, valores, costumes, que, a meu ver, não podem ser tomadas, de pronto, como um imperativo de Deus para a humanidade. A partir daqui, razão e objetividade ficam de lado e eis minha segurança: a fé. Pois desse ponto em diante, aceito o Logos, pela fé, e, somente através dela, consigo enxergar que Ele é o princípio e fim de todas as coisas. Através dela, consigo perceber o imago dei, que há algo em mim que compartilha da mesma essência de Deus. Sinto-me amado. Tudo isso me impulsiona a amá-lo e a repercutir eternamente esse acorde, o amor. Enxergo neste (amor), através da fé no Logos e da graça dele recebida, a única ponte capaz de me religar a tudo de que o meu estado de pecado me separou: da criação, do outro, de mim mesmo e de Deus. Quando me aproximo do amor, me aproximo da plenitude dessa religação com todos esses elementos. Se me afasto dele, a separação que há em mim (pecado), gera naturalmente uma postura destrutiva (inclusive autodestrutiva), que refletirá no meu relacionamento com o mundo exterior: egoísmo, hedonismo, indiferença com o próximo (que causará todos os outros males) e com a criação.

Talvez não tenha sido claro o suficiente, mas foi honesto. Aí está um pequeno resumo de algumas das minhas idéias.

sábado, 31 de janeiro de 2009

ISSO É UM ESCÂNDALO!

É bastante comum no meio cristão, surgirem comentários a respeito de determinadas condutas que trazem o famoso escândalo. Roupas, adereços, diversões, bebidas, usos e costumes em geral... Parece que nada consegue fugir do crivo dessa sentença: - Irmão, cuidado para não ser motivo de “escândalo”.

É verdade, essa advertência não traz nenhuma novidade. No começo da igreja, S. Paulo já trazia esse assunto à baila, visando à harmonia da convivência entre os cristãos. Porém, creio ser importante fazermos algumas considerações.

Em primeiro lugar, vejamos o conceito de escândalo. Atualmente, o sentido de escandalizar tem muito a ver com a sensação de vergonha, constrangimento ou espanto que um cristão sente ao ver seu irmão praticando uma conduta que julga imprópria. Nem sempre foi assim. Pelo que se percebe na leitura da primeira carta aos Coríntios (8.7) e na carta aos Romanos (14.1), o escândalo não se tratava de vergonha, mas sim, de um comportamento que poderia levar um neófito a se confundir, e a praticar a idolatria.

Nos tempos da igreja primitiva, o mundo era predominantemente politeísta. O cristianismo, em expansão, já ultrapassava as fronteiras de Israel e ia brotar em meio a culturas acostumadas à diversidade de divindades. Neste contexto, temos S. Paulo em uma árdua missão: continuar a proclamação do evangelho e zelar das igrejas que ele havia ajudado a edificar. Diferentes povos, diferentes usos, costumes e formas de exercitar a espiritualidade. Porém, agora todos estavam unidos pelo sangue de Cristo e cabia ao apóstolo dos gentios orientar essa igreja, levando em consideração seus valores e suas origens. Como se não bastasse toda essa questão, ainda havia os conflitos pessoais, problemas de relacionamento e a discordância sobre assuntos de fé, ética e moral.

Dessa forma, S. Paulo adverte aos cristãos mais experimentados, para serem cautelosos com os mais novos e fracos na fé. Os mais experientes sabiam que não havia problema em comer quaisquer tipos de comidas, ofertadas a ídolos ou não, porém, o escândalo consistia no fato do neófito (inexperiente e acostumado a uma variedade de deuses), ver um irmão comendo algo previamente sacrificado a ídolo, se iludir e pensar que este estaria cultuando esta divindade estranha. Dessa maneira, o novo convertido seria levado a acreditar que a idolatria fazia parte da conduta cristã e, consequentemente, a praticaria, crendo estar apenas imitando um irmão mais velho de igreja (I Co 8.4-11).

Como se percebe, há um nítido contraste entre o escândalo neotestamentário e o atual. O princípio, que visava à preservação dos “pequeninos”, hoje é invocado pelos cristãos experimentados para informar o seu assombro e desagrado com determinados comportamentos. Quando se vê alguém com cinco, dez ou vinte anos de cristianismo dizer que está escandalizado com esta ou aquela atitude, nota-se que nada tem a ver com o escândalo bíblico, pois não temos os elementos para isso. Falta o neófito e falta também o motivo que levaria esse neófito a errar, uma vez que quase sempre o alvo da polêmica são usos e costumes (gostos, preferências e traços culturais) e não matéria de fé. Trata-se na maioria das vezes, de meros chiliques advindos daqueles que simplesmente não compreendem a diversidade humana e que, tentam fazer da bíblia suporte para seus preconceitos. Isso não é surpresa, uma vez que vive-se sob uma cultura evangelical de massas, que pretende a todo custo, padronizar e homogeneizar a consciência e as opiniões dos cristãos, indo totalmente contra a multiplicidade do corpo de Cristo.

A preocupação geral dos escandalizados é muito menos bíblica do que se imagina. Ao se verem desagradadas, as pessoas lutam com todos os argumentos que possuem para reverter a situação. Um pai de formação conservadora, inconformado ao ver o filho usando um piercing, certamente tentará convencê-lo de que isso é coisa para bandidos, rebeldes e pessoas que não merecem respeito algum. Se tal pai, diante do mesmo impasse, possuir formação cristã, provavelmente recorrerá ao escândalo e tentará constituir bases bíblicas para sustentar seu preconceito, e assim, demonizar a preferência do filho. Da mesma forma, na igreja, pessoas imbuídas de seu fundamentalismo, não conseguem entender que comportamentos diferentes dos seus também estão compreendidos no cristianismo. Compelidos pelo medo e aversão à diversidade, terminam por tentar dogmatizar questões que referem-se apenas à preferências, inventando assim novos pecados, tais como: fazer tatuagens, usar piercings, ingerir bebidas alcoólicas, dançar e, em alguns ramos extremamente conservadores, praticar esportes e usar adornos e maquiagens (no caso de mulheres).

Em seus conselhos tanto à Igreja de Roma quanto à de Corinto, S. Paulo não assume uma postura dogmática em relação aos usos e costumes, mas sim, em tom conciliador, defende que não há coisas puras e impuras por si só (Rm 14.14). A impureza está nos olhos de quem vê, portanto, independente do posicionamento acerca da questão, ele aconselha que o ponto de vista contrário seja respeitado (Rm 14.3). Ele vai ainda mais longe, além de não exigir que todos tenham a mesma opinião nem o mesmo comportamento, incentiva ainda que cada um tenha opinião bem definida em sua própria mente (Rm 14.5b). Em suma, S. Paulo exorta os cristãos ao amor e faz todas essas recomendações para que seja mantida a boa convivência, sem exercer juízo de valor entre as opiniões diferentes, objetivando a harmonia no corpo de Cristo.

Resolvidos os problemas em relação ao escândalo bíblico e o que atualmente se classifica como tal, vejamos se este novo modelo possui validade e legitimidade como um regulador do comportamento cristão. Primeiramente, já vimos que o nosso modelo (chilique) pouco tem a ver com o modelo neotestamentário (indução involuntária ao erro alheio). Vimos também que o que chamamos escândalo tem suas raízes em preconceitos culturais e sociais, envolvendo usos e costumes, pouco tendo a ver com matéria de fé. Nesse momento, para mostrar que não há lógica nenhuma que sustente esse modelo (a não ser o fundamentalismo puritano), afirmo: esse escândalo é um fenômeno universal.

A sociedade comporta uma gama de pessoas, cada uma com suas peculiaridades. Na fé cristã não poderia ser diferente. Apesar de unidos em um só amor e um só Espírito, cada ser traz consigo valores, desejos, crenças, convicções... Tudo sempre baseado em sua experiência de vida e sua visão de mundo. Pois bem, nesse ambiente, dificilmente irão ocorrer unanimidades. De certa forma, creio que de uma maneira ou de outra, alguém sempre estará escandalizando a outrem. Reformados se escandalizam com a forma agitada do culto neopentecostal. Neopentecostais escandalizam-se com a aparente frieza do culto reformado. Cristãos de ramos mais conservadores do pentecostalismo escandalizam-se com a depilação e o corte de cabelo feminino, com o uso de barba e cabelo comprido por parte dos homens, com o uso de brincos, maquiagens e calças por parte das mulheres, pela prática do futebol... Enfim, a pluralidade de conceitos, a dialética entre as gerações e as paixões do coração do homem, nos levam a crer que, em certo aspecto, é impossível sair de casa sem estar causando escândalo a alguém. Até o próprio Cristo escandalizou a sociedade religiosa de sua época, andando com prostitutas, curando no sábado, ceando com corruptos e afrontando autoridades.

Porém, se esse modelo atual de escândalo fosse motivo para cercear a liberdade de consciência e de ação dos crentes, a igreja teria de passar por severas transformações, uma vez que é impossível a uniformidade de gostos, usos e costumes. Tomemos o seguinte exemplo: O irmão que toma bebidas alcoólicas, ainda que moderadamente, seria obrigado a abandonar seu hábito, em prol de um outro que não tolera o consumo. Este por sua vez, ia ter de abandonar o futebol do final de semana, para não chocar a irmãzinha que trabalha com danças na igreja e crê ser nociva a prática de tal esporte. Esta teria de abandonar sua atividade, pois segundo o conceito de uma outra irmã, mais velha, dança não é coisa de Deus. Esta, mais velha, teria de parar de depilar-se, para não causar mal-estar com outra, que por sua vez... Seria uma situação infinita, que nos levaria a fazer a mesma pergunta que o sábio apóstolo: Pois por que há de ser julgada a minha liberdade pela consciência alheia? (I Co 10.29b).

Como vimos, apesar de não haver lógica para o escândalo (chilique gospel), ele é mais comum do que imaginamos. Mesmo não sendo especificamente sobre ele que a bíblia trata, temos de tomar providências para que a liberdade cristã não seja tolhida pelo preconceito, pela hipocrisia e pelo conservadorismo barato, que é um sinal muito mais da intolerância frente à mudança da sociedade, do que propriamente o desejo de manter viva alguma coisa que diga respeito ao cristianismo de antigamente. A providência a ser tomada tem nome: ensino. Se há alguém ainda que creia que existe pecado na bebida, na música, no adereço, no gosto ou na preferência de alguém, que seja ensinado na verdade. Após isso, se houver discordância, restam as lições de S. Paulo na carta aos Romanos (cap. 14), onde lemos sobre o respeito e tolerância às diversas opiniões.

Por fim, creio que o papel do cristão não seja o julgamento, mas sim o amor. E é isso que o apóstolo sempre busca, em tom conciliatório. Mansamente, ao longo de todo o capítulo 14 de Romanos, ele busca acalmar os ânimos em relação a assuntos corriqueiros e mostrar a imagem do que realmente importa. Ele pede que, acima de tudo, cada um deixe de olhar apenas para suas paixões, mas considere o amor ao próximo e a sinceridade de consciência como arbítrios da conduta cristã.

Quanto a nós, que sejamos mais cautelosos antes de julgar o comportamento do próximo inadequado e, abandonando o fundamentalismo e a dureza do nosso coração, possamos aprender a amar aquele a quem Deus incondicionalmente ama, independente da nossa opinião e do nosso preconceito.